2.10.12

Grupo Z de Teatro

O Grupo Z era o único participante para o qual eu não tinha proposta. Trabalho com eles há mais ou menos 6 anos e nunca tínhamos de fato pensado em trabalhos que interagissem o teatro (ou a dança teatro) com o flamenco. Claro que o flamenco esteve ali presente em algumas coisas, e a vontade de misturar mais também.

Já que o processo de criação do grupo geralmente parte do texto, a primeira coisa que me veio à cabeça foi levar Lorca além de autores brasileiros que escreveram suas impressões sobre o flamenco, como a Clarice Lispector e o João Cabral de Melo Neto.

O Fernando, diretor do Grupo Z, chegou no primeiro encontro com outra proposta: trechos do Gota d'água do Chico Buarque. Sugeriu experimentarmos 3 cenas, partindo de Joana, personagem principal da peça.

Para ele Joana reúne características que se reconhecem no flamenco: força, passionalidade e algo de explosivo, quase violento. A partir daí experimentamos uma cena em que a mesma personagem Joana é encarnada pela atriz (Ale Bertoli) e pela bailarina (no caso, eu) ao mesmo tempo, outra onde acontece uma conversa entre Jasão (interpretado pelo Boone) e Joana (essa respondendo apenas com movimentos e sons que surgem do flamenco), e por último o coro de lavadeiras contando qual era o estado de Joana após ser abandonada por Jasão ao mesmo tempo em que eu mostraria essa condição dela pelo movimento.

A primeira cena foi a que mais colou e trabalhando nela a Carla (também diretora do grupo, bailarina e coreógrafa) estruturou uma organização dos movimentos e sonoridades. Provavelmente essa será uma das experimentações que levaremos pro sarau.


registros por Ignez Capovilla

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